Entre Livros       

Índice:

174 - LIFE IS ALL RIGHT IN AMERICA

173 - AZINHEIRA PORTUGUESA

172 - UM PRESIDENTE CARISMÁTICO

171 - DO ENTENDIMENTO EM POLÍTICA

170 - BRASIL

169 - XI JINPING VISITOU PORTUGAL

168 - PRESIDENTE DE ANGOLA VISITA PORTUGAL

167 - VAGA DEMOCRÁTICA NOS USA

166 - BRASIL, HOJE!

165 - ANTÓNIO COSTA VISITA ANGOLA

164 - ALIANÇA - PARTIDO PLURAL

163 - CIMEIRA DA NATO

162 - PORTUGAL PLURICONTINENTAL

161 - DA UTOPIA KIBUTZIM

160 - O TALENTO DE SOBREVIVER

159 - BRASIL EM CRISE

158 - TRAUMA NACIONAL

157 - PSD - As Paixões da Alma

156 - SAMPAIO DA NÓVOA NA UNESCO

155 - PROBIDADE E LIDERANÇA

154 - O SAMOVAR DE RASPUTINE

153 - MONEY, MONEY, MONEY

152 - TEMPO DE CÓLERA E MEDO

151 - VAIAMOS IRMANA, VAIAMOS FOLGAR

150 - MACRON: FRANCE ET USA FOREVER!

149 - DESPOVOAMENTO E PERIGOSIDADE

148 - AS SUICIDAS

147 - O CONVIDADOR DE PIRILAMPOS

146 - «AMERICA FIRST»

145 - NUMA NOITE DE INVERNO

144 - DA IDEOLOGIA DO TEMPO VIVO

143 - O ADIAMENTO É PREFERÍVEL AO ERRO

142 - USA: SEX, LIES AND VIDEOTAPE

141 - GOODFELLAS

140 - BARACK OBAMA EM HIROSHIMA

139 - PALMIRA RESGATADA

138 - INQUIETUDE

137 - PRESIDENTE DIRIGE-SE À NAÇÃO

136 - SAMPAIO DA NÓVOA: LISURA E SOBRIEDADE

135 - DA ILUSÃO DO PROGRESSO

134 - EXASPERAÇÃO

133 - UMA CAMPANHA DISFÓRICA

132 - A CASA EUROPA

131 - O DESPOTISMO EUROPEU

130 - A CAPITULAÇÃO DA PRIMAVERA SOCIAL

129 - PORTUGAL ESMORECIDO

128 - TERMINOU A VII CIMEIRA DAS AMÉRICAS

127 - O DECLÍNIO DO VENERÁVEL

126 - DA SATURANTE SERVIDÃO

125 - EUA: RESPONSABILIDADE E UTOPIA

124 - ONU: PORTUGAL NO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS

123 - CESSA O EMBARGO A CUBA

122 - GOLDFINGER & CIA

121 - Dilma Rousseff inicia segundo mandato

120 - OBAMA REFORÇA A IDEOLOGIA

119 - O PESADELO LÚCIDO

118 - DA APOLOGIA DO MEDO

117 - QUO VADIS, EUROPA

116 - ABRIL

115 - PAZ E DIPLOMACIA

114 - A Alquimia da vontade

113 - KIEV ? PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA

112 - A RECONSTRUÇÃO DO MUNDO

111 - 2014, odisseia na Europa

110 - Mandela

109 - MÁRIO SOARES RESGATA O PATRIOTISMO

108 - ONDJAKI A secreta magia dos gritos azuis

107 - A COLINA DERRADEIRA

106 - UM PAÍS IMPREVISÍVEL

105 - POWER AFRICA

104 - DA OCIDENTAL PRAIA LUSITANA

103 - QUE AGORA JÁ NÃO QUERO NADA

102 - UM CONSENSO ABRANGENTE

101 - NEM FORMOSO NEM SEGURO

100 - AMERICA THE BEAUTIFUL

99 - UM PAÍS ENCANTADO

98 - CANÇÃO PARA AS CRIANÇAS MORTAS

97 - FILOSOFIA DA MISÉRIA

96 - OBAMA NA PRESIDÊNCIA

95 - NOBEL DA PAZ DISTINGUE UNIÃO EUROPEIA

94 - RESILIENCE

93 - ÓDIO

92 - TEAPLOT

91 - VIAGEM DOS AVENTUREIROS DE LISBOA

90 - FERNANDO PESSOA / PROSA DE ÁLVARO DE CAMPOS

89 - A FARSA DO INSTÁVEL

88 - FUNDAÇÂO JOSÉ SARAMAGO

87 - OBAMA ON THE ROAD

86 - O FUROR DA RAZÃO

85 - Geografia do Olhar

84 - ESTOICISMO COERCIVO

83 - O TRAMPOLIM DA LINGUAGEM

82 - NO PAÍS DAS UVAS

81 - ODE À ALEGRIA FUGITIVA

80 - A VIRTUDE DO AMOR

79 - ANGOLA - Metáfora do mundo que avança

78 - Clarabóia

77 - Indignados

78 - APRESENTAÇÃO DE "ORNATO CANTABILE" E "MAR SALGADO"

75 - 11 DE SETEMBRO, 2011

74 - OSLO

73 - Viver é preciso

72 - O grito da garça

71 - MORTE EM DIRECTO, NÃO!

70 - ALEA JACTA EST

69 - CONFRONTO - Porto 1966 - 1972 - Edições Afrontamento

68 - PARVOS NÃO, ANTES CRÉDULOS

67 - DA PERTINÊNCIA & DO ABSURDO

66 - MORTINHOS POR MORRER

65 - VENHA BISCOITO QUANTO PUDER!

64 - VERDADE E CONSENSO

63 - LEAKINGMANIA

62 - SESSÃO DE LANÇAMENTO NA LIVRARIA BUCHHOLZ

61 - UMA APAGADA E VIL TRISTEZA

60 - IMPLICAÇÕES ÉTICAS E POLÍTICAS

59 - NO DIA DE PORTUGAL

58 - FERREIRA GULLAR- PRÉMIO CAMÕES 2010

57 - BENTO XVI - PALAVRAS DE DIAMANTE

56 - O 1º DE MAIO / LABOR DAY

55 - BULLYING E KICKING

54 - O AMOR EM TEMPO DE CRISE

53 - FÁBULAS E FANTASIAS

52 - THE GRAPES OF WISDOM

51 - Do Acaso e da Necessidade

50 - deuses e demónios

49 - CAIM ? o exegeta de Deus

48 - Os lugares do lume

47 - VERTIGEM OU A INTELIGÊNCIA DO DESEJO

46 - LEITE DERRAMADO

45 - Casa de Serralves - O elogio da ousadia

44 - FASCÍNIOS

43 - DA AVENTURA DO SABER , EM ÓSCAR LOPES

42 - TOGETHERNESS - Todos os caminhos levaram a Washington, DC

41 - Entrevista da Prof. Doutora Ana Maria Gottardi

40 - I ENCONTRO INTERNACIONAL DE LINGUÍSTICA DE ASSIS, Brasil?

39 - Filomena Cabral, UMA VOZ CONTEMPORÂNEA

38 - EUROPA - ALEGRO PRODIGIOSO

37 - FEDERICO GARCÍA LORCA

36 - O PORTO CULTO

35 - IBSEN ? Pelo TEP

34 - SUR LES TOITS DE PARIS

33 - UM DESESPERO MORTAL

32 - OS DA MINHA RUA

31 - ERAM CRAVOS, ERAM ROSAS

30 - MEDITAÇÕES METAPOETICAS

29 - AMÊNDOAS, DOCES, VENENOS

28 - NO DIA MUNDIAL DA POESIA

27 - METÁFORA EM CONTINUO

26 - ÁLVARO CUNHAL ? OBRAS ESCOLHIDAS

25 - COLÓQUIO INTERNACIONAL. - A "EXCLUSÃO"

24 - As Palavras e os Dias

23 - OS GRANDES PORTUGUESES

22 - EXPRESSÕES DO CORPO

21 - O LEGADO DE MNEMOSINA

20 - Aqui se refere CONTOS DA IMAGEM

19 - FLAUSINO TORRES ? Um Intelectual Antifascista

18 - A fidelidade do retrato

17 - Uma Leitura da Tradição

16 - Faz- te à Vida

15 - DE RIOS VELHOS E GUERRILHEIROS

14 - Cicerones de Universos, os Portugueses

13 - Agora que Falamos de Morrer

12 - A Última Campanha

11 - 0 simbolismo da água

10 - A Ronda da Noite

09 - MANDELA ? O Retrato Autorizado

08 - As Pequenas Memórias

07 - Uma verdade inconveniente

06 - Ruralidade e memória

05 - Bibliomania

04 - Poemas do Calendário

03 - Apelos

02 - Jardim Lusíada

01 - UM TEATRO DE PAPEL (Mário de Sá- Carneiro - «A CONFISSÃO DE LÚCIO» - A linha da luxúria, apresentada na PUC/Rio e UFRG)


Entendo que todo o jornalismo tem de ser cultural, pois implicauma cultura cívica, a qual não evita que, na compulsão, quantas vezesda actualidade, se esqueçam as diferenças.

No jornalismo decididamente voltado para a área cultural, todosos acontecimentos são pseudoeventos, cruzando-se formas discursivasem que as micropráticas têm espaço de discussão.

Não sendo um género, o jornalismo cultural é contudo uma práticajornalística, havendo temas que podem ser focados numa perspectivacultural especifica ou informativa, numa área não suficientementerígida, embora de contornos definidos.

Assim o tenho vindo a praticar ao longo dos anos, quer na comunicação social quer, a partir de agora, neste espaço a convite da 'Unicepe'.

Leça da Palmeira, 23 de Setembro de 2006

        2019-04-13

LIFE IS ALL RIGHT IN AMERICA


Por Filomena Cabral





Se englobarmos todos os países americanos, disseminados língua e costumes de Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Holanda, Bélgica, Alemanha, enquanto nações com algo a testemunhar, teremos a representação de sonhos delidos, esperança e, sobretudo, ousadia imensa, quando os povos consideravam o orbe enquanto espaço a desvendar, conquistar: nele, a riqueza, o poder esperavam-nos, bastaria ousadia e convicção. E nada temeriam; embora entenda que os dois países da Península ibérica estão entre os mais decididos: a aventura estava-lhes nos genes, espanhóis e portugueses sempre inquietos, vejamos o que ora acontece. Ser-nos-ia impossível o tranquilo arremessar da semente, aguardando as estações do ano, a expectativa de colheita farta, o lançar da rede nos rios e no mar... quando hoje, decorrido meio milénio, assistimos ao que conhecemos, a permanente inquietação, a cotovelada entre parceiros , tudo porque acabámos confinados à superfície generosa e altiva de Portugal continental e insular...

Portugal, cúmplice entre os 27 países da UE, compreendendo os mencionados acima, traumatizados todos eles, alguns com grandes desastres, falência de alma, a crueldade a compensar sentimentos mesquinhos, a inveja, sobretudo, que nada parece aplacar. A humanidade odeia quem for superior em inteligência ou riqueza - até a memória da história acaba por nidificar nos genes... Na maior parte, não teremos consciência do que somos ou do que fomos, enquanto nação, obcecados pelo futuro.

Se bem notarmos, reagimos do mesmo modo, quer nos séculos XIV ou XV, XIX, XX ou, agora, no séc. XXI, séculos estes em que nos expandimos ou retraímos, em que pudemos exibir poder e riqueza ou, quando perdidos os lugares da conquista, aspecto comum a muitos dos países unidos da Europa, embora a Grã-Bretanha dance à beira do abismo...

Mas voltemo-nos para a América, where life was all right... E, sem grandes hesitações, percebemos que, a partir de 2016, se foi modificando. Dali irradiaria insídia epidémica, tentada a deslealdade com Cuba, o ex-Presidente Obama compondo as coisas, aconselhando quem não aceita a sabedoria. O Presidente Trump acabaria por voltar-se, obsessivamente, para o México; alimentou farsa com a Coreia, afronta a China, provocou o Irão... E que acontece?

Vejamos: se no mundo imperasse o bom senso, o contágio seria de pouca monta, ninguém leva a sério a personagem (dói que os EUA, a maior democracia do mundo, que mereceu o respeito e gratidão dos povos, se tenha, entretanto, transformado num país de onde irradia insânia, arrastando outros países para a sua órbita, em insensatez plena. Dói, ainda mais, que o Brasil, onde perambulam os nossos genes, cuja memória se associa à nossa há meio milénio (incluídos países africanos grandiosos, que não estão na tessitura deste texto), se tenha deixado seduzir por diatribes e projectos provindos de quem parece almejar a discórdia.

Para nosso espanto, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (o menos culpado, afinal, ainda no atordoamento do Poder), concedeu beneplácito para exploração conjunta da Amazónia (!!!), durante a sua visita aos Estados Unidos da América, deixando-se seduzir pela grandeza do Pais americano, não se apercebendo (?) da perfídia de quem habita a Casa Branca.

(Ah! Se o Abade Correia da Serra ressuscitasse, morreria de imediato, ele que tanto lutou para elevar o Brasil ao estatuto da grande potência americana, segundo o seu modelo constitucional. Quando Thomas Jefferson concedeu audiência, no século XVIII - enquanto embaixador dos Estados Unidos em Paris -, a Cláudio Costa e Gonzaga, entre outros valentes rapazes de Minas (terminada a formatura na Universidade de Coimbra) comunicando-lhes «que a independência do Brasil seria vista com bons olhos pelos Estados Unidos da América», levaria à Inconfidência Mineira, à morte subsequente dos jovens, do célebre Tiradentes... O pretexto fora a derrama do precioso metal; Portugal, imperialista, grandioso, pretendia manter o estatuto, a Inglaterra enchendo os cofres com o oiro do Brasil... Todavia a ideia estava lançada, seria conclusiva, como bem sabemos, após o grito do Ipiranga lançado por D. Pedro I do Brasil! No dia 7 de Setembro de 2022, passam dois séculos sobre a autonomia inquieta do portentoso Brasil!

Mas, quem esperaria uma aberração destas (entre outras bem tristes), que o Presidente do Brasil estabelecesse acordos de destruição de uma floresta mítica dentro do próprio país, com um homem que gera desconfiança a rodos, os americanos tentando libertar-se dele, perseverante em sucessivas demonstrações ridículas e insensatas!

O Presidente dos USA pode desconhecer o que a Amazónia representa - ele ignora tanta coisa -, mas Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil, estarreceu o mundo civilizado.

José Aparecido de Oliveira, dinamizador da CPLP, cuja filosofia e propósitos são de origem portuguesa, levaria a que, por morte prematura, fosse o Brasil a torná-la viável e efectiva.O Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que foi proposta portuguesa em colóquio organizado pelo Instituto Joaquim Nabuco, acabaria por concretizar-se com Sarney, então Presidente da República do Brasil.

A brasilidade, na versão espalhada pelo mundo, muito devendo a Gilberto Freyre, chamaria a atenção da antropologia cultural para a criatividade da mistura de culturas europeia, ameríndia e africana, amortecendo a memória dos sacrifícios da colonização, não apenas lá, mas de norte a sul do continente americano, numa altura em que o nazismo alemão invadira o mundo.

Fernando Henrique Cardoso, quando Presidente, não se dispensou de declarar o ano 2000 como ano de Gilberto, acolhida a doutrina de Freire enquanto contrária ao racismo, que caracterizou crimes hediondos contra a Humanidade.

A «bandeira gilbertiana»... A Guiné Equatorial, admitida (?) na organização com fundamentos imprevisíveis, com a categoria de observadora, qual Academia Galega de Língua Portuguesa, sem o estatuto que deverão assumir as comunidades de origem portuguesa, parte dos Estados independentes e plurais, como a de Malaca, a da Califórnia ou da Nova Inglaterra... Mas deixemos estes aspectos por agora: o que deve afligir-nos é o conluio entre dois governantes em «dinamizar» a Amazónia. Isto assusta-me mais que «os buracos negros», sabido que haverão de engolir o universo, imagem tremenda, apavorante .... daqui a milhões de anos, para que tudo possa voltar ao início. No princípio foi o Verbo...

Contudo, «Life is all right in America/ If you're all white in America», reflectindo, no cinema, o drama dos porto-riquenhos imigrantes: vivendo à sombra dos arranha-céus, em meados do século passado, sonhavam com o mundo dos americanos brancos: «I'll drive a Buick, through San Juan / If there was a road you can drive on...». (West Side Story). Eram os anos 60, O mundo deu, entretanto, demasiadas voltas...

O Presidente Kennedy e Luther King incentivavam, na altura, essa esperança, mas sabemos qual foi o seu fim. O sonho americano perdeu-se. Pareceu recomeçar com Obama, que já pertence à História. O presente, nos EUA, não aparenta júbilo,antes instabilidade.

Esperemos que o Brasil persista nos seus sonhos, embora não saibamos bem quais são.

E tudo será esplêndido, se por bem for.



13-04-2019



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