2016-04-29, sexta-feira, 18h30:

Lançamento do livro: A Coleção Privada de Acácio Nobre

de Patrícia Portela







SINOPSE

Fui recolhendo, ao longo de 16 anos, cartas, diários, testemunhos, maquetas de jogos e armadilhas de Acácio Nobre (1869?-1968), um construtor de puzzles geométricos visionário no século XIX que uma ditadura silenciou no século XX e (quase) eliminou de uma História que ainda assim influenciou, de forma subtil e anónima, introduzindo uma marca indelével e inevitável nos séculos vindouros, como o nosso.
Acreditando que a obra literária pode desempenhar um papel crucial na reavaliação dos tempos que correm de uma forma que estará para sempre vedada à História, à Academia e à estratégia política, venho por este meio partilhar convosco a Coleção Privada de Acácio Nobre, na esperança de encontrar, mas também de dispersar, a sua obra, as suas ideias e os seus manifestos, procurando contribuir assim para a tarefa inglória de lutar pelo direito ao impossível, uma mastodôntica missão num país como este, que, por acidente geográfico, é o meu, e também foi, ainda que por breves momentos e de forma ingrata, o de Acácio Nobre.



BIOGRAFIA

Patrícia Portela (1974). Autora de performances e obras literárias, vive entre Portugal e Bélgica. Estudou cenografia e figurines em Lisboa e Utrecht,cinema em Ebeltoft, na Dinamarca, e Filosofia em Leuven, na Bélgica. Entre 1994 e 2002 trabalhou como figurinista e/ou cenógrafa para muitos das mais importantes companhias e realizadores independentes em Portugal recebendo o Prémio Revelação 94 pelo seu múltiplo trabalho para performances e para cinema. Foi uma das fundadoras do grupo O Resto em 1996 e da Associação Cultural Prado em 2003 onde colabora com artistas nacionais e internacionais. Criadora de performances e instalações transdisciplinares, itinera com regularidade pela Europa e pelo mundo.
Reconhecida nacional e internacionalmente pela peculiaridade da sua obra, recebeu vários prémios (dos quais destaca o Prémio Madalena Azeredo de Perdigão/F.C.G. para Flatland I ou o Prémio Teatro na Década para Wasteband) e é considerada uma das artistas e autoras mais desconcertantes da sua geração. Autora de Para Cima e não para Norte (2008) e de Banquete (2012) participou no 46º International Writing Program em Iowa City em 2013 e foi a primeira Outreach Fellow da Universidade de Iowa City. Lecciona com regularidade desde 2008 no Forum Dança e em diversas instituições culturais e universidades.