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Conferência de homenagem e apresentação do livro “Gérald Bloncourt - O olhar
de compromisso: com os filhos dos Grandes Descobridores (1954-1974)”
No dia 9 de novembro (sábado), realiza-se na UNICEPE, às 15h30, uma
conferência de homenagem e apresentação do livro “Gérald Bloncourt: o olhar
de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores (1954-1974)”.
A iniciativa, que assinala os seis anos da morte do conhecido fotógrafo que
imortalizou a história da emigração portuguesa para França nos anos 60,
constitui um momento propicio para revisitar o espólio do conhecido fotógrafo
que seguiu durante trinta anos a vida dos portugueses em França.
O livro, concebido pelo escritor e historiador Daniel Bastos em 2016, ano em
Gérald Bloncourt foi condecorado com a ordem de Comendador da Ordem do
Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
durante as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas, em Paris, é uma edição bilingue (português e francês), traduzida
por Paulo Teixeira, com prefácio do saudoso pensador Eduardo Lourenço, um
dos maiores vultos da cultura lusófona.
Além das fotografias históricas que Gérald Bloncourt (1926-2018) captou sobre
a vida dos emigrantes portugueses nos bidonvilles dos arredores de Paris, que
já integraram várias exposições em Portugal e França, e que fazem parte do
arquivo da Cité nationale de l’histoire de l’immigration, a obra reúne ainda
memórias, testemunhos e imagens originais que o fotógrafo francês de origem
haitiana realizou durante a sua primeira viagem a Portugal na década de 1960,
onde retratou o quotidiano das cidades de Lisboa, Porto e Chaves. Assim
como, as da viagem a “salto” que fez com emigrantes lusitanos além Pirenéus.
manifestação popular da história portuguesa.
Segundo Eduardo Lourenço, “Em pleno drama da nossa emigração de
europeus pobres a caminho sonhado para a Europa dos ricos, (…) esses filhos
da antiga raça dos navegadores não soçobraram à vista do porto. E pouco a
pouco – ao mesmo tempo os mesmos e outros – subiram do lugar sem luz
como hoje milhares de outros emigrantes atravessam os vários Mediterrânios
da vida para o tombadilho onde o ar do largo lhes restitui ao mesmo tempo a
esperança e a dignidade. A título póstumo tiveram sorte em ter como
companhia o sorriso aberto de marinheiro de Gérald Bloncourt. E a sua
máquina para os lembrar para sempre nos retratos com que os salvou do
esquecimento”.
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