Espaço Associados

      

As mulheres da minha aldeia,


     
de Cebaldo Inawinapi,
hoje tatuado de cravos...



     As mulheres da minha aldeia,
Cobrem o seu corpo
com belos vestidos,
desenhados por elas,
As molas ou Morras...

Elas sonham luas,
amores impossíveis,
rios de prata,
olhos de arco-íris,
gatos que voam,
flores que falam
borboletas que choram...

Assim o relatam
nestes tecidos,
poemas que andam,
Vestidos que guardam segredos,
vestidos que falam de magias,
Linguagem que os homens, muitas vezes, não entendem.

Ologuaidi
Meu querido feiticeiro
Pintor Kuna
Cúmplice de tantas lutas reais e imaginárias,
Oferece-me esta flor feita mola
ou talvez uma Mola transformada em flor, em CRAVO,
Flor nas mãos de uma mulher.

Eu, que tanto devo a este país - Portugal -
E à sua gente,
Eu, que o sinto como a continuação da minha outra aldeia
Que nasce No mar das Caraíbas
E chega a este Mar Português.

A partir deste mar de sonhos e esperanças
a vós, amigos de sempre
Vos envio este Cravo,
Como símbolo de amizade,
de esperanças e solidariedades,
E que vivam todos os povos desta bela Terra!

Cebaldo Inawinapi,
hoje tatuado de cravos...

23 de abril de 2012



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